“Quando há apenas ganância e o medo está ausente, por exemplo, todos querem comprar, ninguém quer vender, e poucos conseguem pensar em razões pelas quais os preços não devem subir. E assim, agem, por vezes aos trancos e barrancos, sem direção aparente.” Howard Marks.
Nitidamente, foi o que aconteceu com as ações de tecnologia em 1999. A ganância era a característica dominante desse mercado. Quem estava de fora foi obrigado a assistir todos os outros enriquecerem. “Investidores prudentes” foram recompensados por um sentimento de estupidez.
Naquele mercado, os compradores não sentiam medo. “Há um novo paradigma”, foi o grito de guerra. “Cavalo encilhado não passa duas vezes. E, a propósito, o preço pelo qual estou comprando não pode ser alto demais, porque o mercado é sempre eficiente.” Todos perceberam um ciclo virtuoso sem fim em favor das ações de tecnologia.
Mas uma hora algo muda. Aparece uma pedra no caminho, ou uma empresa importante relata um problema, ou surge um fator exógeno. Os preços também podem cair sob seu próprio peso ou com base em uma queda na psicologia sem causa óbvia. Com certeza ninguém que conheço pode dizer exatamente o que fez a bolha das empresas de tecnologia explodir em 2000.
De alguma maneira a ganância evaporou, e o medo tomou conta. “Compre antes que você perca” foi trocado por “Venda antes de ficar com o mico na mão”, E o medo, então, só fez crescer. As pessoas não se preocupam com oportunidades perdidas; elas se preocupam em perder dinheiro. A exuberância irracional foi substituída por cautela excessiva.
Se em 1999 as previsões para uma década foram acatadas com fervor, em 2002 o que se ouvia dos investidores, escaldados pelos escândalos corporativos, era: “Nunca mais confiarei na administração” e “Como posso ter certeza de que os demonstrativos financeiros refletem a realidade?” Assim, por exemplo, quase ninguém queria comprar os títulos das companhias envolvidas em escândalos, e os preços foram lá para baixo.
É a partir dos extremos do ciclo de medo e ganância que surgem as maiores oportunidades de lucros de investimento, como, nos EUA, a compra com grandes deságios de títulos de empresas inadimplentes, em 2003. O binômio “ganância/medo” é o continuam psicológico ou emocional mais óbvio ao longo dos quais os investidores oscilam, e, em muitos aspectos, são os mais ilustrativos. Há outras mudanças emocionais ou psicológicas importantes. A maioria opera de maneira similar ao pêndulo de ganância/medo, e geralmente isso não é uma coincidência. Vários parâmetros estão inter-relacionados.
“Quando as coisas estão indo bem e os preços estão altos, os investidores correm para comprar, esquecendo toda a prudência. Então, quando há caos ao redor e os ativos estão no balcão de barganha, eles perdem toda a disposição de arcar com o risco e correr para vender. E sempre será assim.” Howard Marks.
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