A B3 atingiu, no mês de outubro, a marca histórica de 4 milhões de contas de pessoas físicas em renda variável. O número, que representa a quantidade de contas abertas por pessoas físicas em cada corretora no Brasil, é mais uma demonstração do potencial de crescimento do mercado de investimentos no Brasil.
O brasileiro vem tomando gosto pelo mundo dos investimentos, que passa por um período de intensa transformação no País. A cada geração, cresce o hábito, a confiança e o conhecimento sobre o mercado financeiro, tanto que a maior parte dos novos investidores (48%) entra no mercado de equities na faixa de 25 a 39 anos, e a faixa entre 19 e 24 anos vem logo a seguir, com 24% dos novos investidores.
A grande mudança vista no mercado de varejo nos últimos anos foi a democratização do acesso de produtos e serviços que antes eram restritos aos investidores mais abastados. Fundos e carteiras que antes estavam disponíveis apenas para quem tinha mais de R$ 1 milhão agora são oferecidos com investimento mínimo de R$ 1 mil. O brasileiro está aprendendo também que pode diversificar sua carteira com novas opções de investimentos. Em 2016, 78% das pessoas físicas detinham apenas ações em seus portfólios. Em 2021, esse número caiu para 49%, de acordo com a B3.
O mercado de investimento tem potencial para crescer de forma exponencial nos próximos anos no País. Atualmente 95% das poupanças estão nos bancos, enquanto que nos Estados Unidos, por exemplo, 90% estão fora das instituições financeiras. O aumento da competição com o surgimento de novos players, com um mercado menos concentrado, é outro fator positivo que vem trazendo mais investidores ao mercado.
No cenário econômico, a despeito do recuo de algumas previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 e do aumento da taxa de juros, o Brasil avança na vacinação contra a Covid-19, o que possibilita a retomada da atividade econômica, tem uma base fiscal forte e projetos contratados que já somam investimentos para os próximos anos da ordem de R$ 700 bilhões.
E para além da taxa de crescimento em si, outro aspecto que merece ser ressaltado é a qualidade desse crescimento, com base no investimento privado e maior eficiência locativa (habilidade para utilizar os insumos em proporções ótimas, dados seus respectivos preços) dos fatores de produção. A atual política econômica é calcada no binômio consolidação fiscal e reformas pró-mercado, o que tem potencial para lançar as bases para o crescimento econômico sustentável do País no longo prazo, favorecendo o ambiente para atrair ainda mais pessoas para o mercado de investimento.