Como funciona a Poupança?
A poupança é uma aplicação de renda fixa simples e acessível para todo mundo. Até menores de idade também podem ter uma conta em seu nome, desde que sejam representados ou assistidos pelo pai, mãe ou responsável legal.
Para ter acesso, basta escolher um banco de sua preferência, apresentar alguns documentos necessários para a abertura da conta e aguardar a aprovação.
Vale destacar que a rentabilidade da poupança é a mesma em qualquer instituição. Portanto, a escolha do banco não vai influenciar no retorno do investimento.
Taxas e custos
Um ponto a favor da poupança é o fato de ser isenta de custos. Na verdade, a cobrança de tarifas de abertura ou de manutenção, taxas de administração ou de performance, é proibida. Além disso, também não há incidência de tributos. Os rendimentos da caderneta não pagam Imposto de Renda.
Liquidez
A facilidade para resgatar uma aplicação é um dos principais atrativos da poupança. Essa é uma tradução possível para o conceito de liquidez – que, no caso da caderneta, é elevada. Ao solicitar um resgate, os recursos caem na conta corrente no mesmo momento, de maneira simples e nada burocrática.
Na prática, costuma-se dizer que a poupança tem liquidez diária, exatamente porque os resgates podem ser realizados a qualquer momento, sem complicação.
Aniversário da poupança
Embora tenha liquidez diária, a rentabilização do investimento na poupança funciona de um jeito diferente. A remuneração da caderneta é creditada mensalmente apenas na sua data de “aniversário”, que é o dia do mês em que o depósito foi feito. Assim, uma aplicação realizada no dia 10 de um determinado mês só fará jus à remuneração exatamente no dia 10 do mês seguinte. Se resgatar o dinheiro no dia 9, perde-se todo o retorno do período.
Esse modelo de remuneração é muito diferente do adotado em outros produtos de renda fixa. Nos fundos ou nos CDBs, por exemplo, a rentabilidade costuma ser apresentada como uma taxa mensal ou anual, mas ela é creditada todos os dias para o investidor.
Garantias
A poupança conta com a proteção do FGC – o Fundo Garantidor de Créditos, mantido pelas instituições financeiras. O FGC assegura que, em caso de calote ou quebra do banco, quem tem dinheiro aplicado na caderneta receberá de volta até R$ 250 mil.
Destino dos recursos aplicados
A poupança oferece um rendimento aos investidores e também tem um papel social. É que 65% dos recursos aplicados na caderneta precisam ser obrigatoriamente destinados ao mercado imobiliário. Ou seja, a maior parte do dinheiro que você guarda na poupança só pode ser usado pelos bancos para conceder financiamentos a quem quer comprar um imóvel próprio.
Qual é o Rendimento da Poupança?
A regra de rendimento da poupança foi a mesma durante tanto tempo que muita gente ainda não sabe que ela mudou alguns anos atrás. Ela já oferecia juros de 6% ao ano quando foi criada, no século 19, pelo imperador Dom Pedro II. Por isso, ainda há quem acredite que a remuneração é sempre de 0,5% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial (TR).
– Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês mais a variação da TR;
– Se a Selic estiver igual a ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será equivalente a 70% da Selic mais a variação da TR.
Essa regra vale para os depósitos feitos a partir do dia 4 de maio de 2012, quando as novas regras passaram a valer. Quem mantém poupanças anteriores a essa data continua recebendo rendimentos como antigamente: 0,5% ao mês mais a variação da TR.
A Selic alcançou 8,5% ao ano pela primeira vez em maio de 2012 e permaneceu abaixo desse patamar até agosto de 2013, quando os juros voltaram a subir. A partir de setembro de 2017 a barreira dos 8,5% ao ano foi novamente rompida, fazendo o rendimento da poupança despencar.
Como a inflação afeta a caderneta e o seu dinheiro
A poupança está rendendo menos a cada ano. Isso é um problema para os investidores que mantêm todos os recursos aplicados na caderneta. E não é apenas uma questão de ganhar menos do que já se ganhou no passado. A redução da rentabilidade da poupança pode acabar levando a uma perda real de poder de compra.
O problema é que investimentos como a poupança estão oferecendo rendimentos tão baixos que estão cada vez mais próximos da inflação – em alguns momentos, até abaixo dela. Veja como foi a remuneração da caderneta nos últimos anos, em comparação com a inflação medida pelo IPCA:
Ano | Rendimento da Poupança | Inflação (IPCA) |
2018 | 4,62% | 4,20% |
2017 | 6,61% | 3,26% |
2016 | 8,30% | 7,31% |
2015 | 8,07% | 11,54% |
2014 | 7,07% | 7,39% |
Fonte: Abecip e Banco Central
Vale a pena investir na Poupança?
Por muito tempo, a poupança foi a única opção de investimento para uma enorme parcela da população. Em geral, os produtos financeiros não estavam ao alcance dos brasileiros. Nas últimas duas décadas, no entanto, o mercado se modernizou – e essa situação mudou bastante.
Não exige uma grande reflexão – basta transferir os recursos da conta corrente para a caderneta. Por não prever aplicação mínima, é uma alternativa para quem tem pouco dinheiro para investir. E como não envolve custos e tem garantia do FGC, pode ser uma opção para quem está começando a se organizar financeiramente.
A rentabilidade, no entanto, é muito baixa – e o ganho real, próximo de zero ou até negativo. Isso deve ser considerada na hora de avaliar onde investir. Algumas outras aplicações de renda fixa com risco equivalente ao da caderneta oferecem uma remuneração mais alta e, portanto, mais chance de preservar o poder de compra no futuro.
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